Se você tem um amigo peludo ja deve ter passado pela experiência de voltar pra casa e encontrar tudo bagunçado ou até pior...destruido. Pois é, mas o que pode parecer uma simples travessura talvez seja um sintoma de algo mais sério conhecido como "ansiedade da separação". Sim, acredite, esses sentimentos também atingem os peludinhos e são mais frequentes do que se pensa.
Ao perceber que foi deixado sozinho - o que costuma acontecer em meia hora - o cão poderá demonstrar ansiedade da separação não só latindo e se agitando angustiadamente, mas também fazendo cocô e xixi por todo lado, e pode chegar a extremos, com ataques de vômito e diarréia e destruição de qualquer coisa que tenha o cheiro do dono. Em alguns casos o cão pode ficar deprimido e preguiçoso, até deixando de comer e beber.
Se você pegar o cão em flagrante sujando a casa ou destruindo o que não deve, não o castigue, ele não faz por mal nem como “vingança” por ter sido deixado sozinho. Os caninos não são gente, não raciocinam como gente e não têm as noções humanas de bem e mal, crime e castigo. E castigo nestes casos não adianta, ele só vai ficar confuso, achando que está sendo castigado por latir, fazer cocô ou aliviar a tensão.
A socialização do peludo poderá incluir tratamento da ansiedade da separação, para ele perceber que ficar sozinho por mais de meia hora não é o fim do mundo. Além do treinamento de obediência, será preciso acostumar o cão a ficar sozinho, o que exige tempo e paciência, mas valerá a pena. Os procedimentos incluem sair por portas e corredores diferentes, ir embora sem se despedir e voltar sem muita festa e até fingir que sai, demorando cada vez mais tempo para voltar. Se o cão for realmente nervoso e inquieto, talvez seja necessário acalmá-lo com homeopatia ou até alopatia – mas só o que o veterinário disser!
Colar no peludo, ir com ele para todo lado, demonstrando proximidade demais (exceto, claro, se for cão-guia), traz o risco de simplesmente deixá-lo mal acostumado, e ele vai reclamar se tiver de ser deixado a sós por pouco tempo que seja.
Se o cão não é gente, ele é membro da família. E o ideal é que seja da família no melhor sentido, e posse responsável serve para isso.
Texto de Ayrton Mugnaini Jr
Fonte www.yahoo.com.br